domingo, 8 de novembro de 2009

Noite Carioca ensebada

Estou eu, aqui em algum lugar do Rio de Janeiro, Zona Norte. Eu e uns amigos na casa de outro dos mesmos. Sábado caído, bebendo, sem mais nada o que fazer. Cinco pessoas, 3 homens, duas meninas e um pouco de internet. Em vez de fazer algo que nos leve as vias de fato estamos todos a mercê de pequenas bebedeiras. E vida que segue, de problemas ou de que nos levam a assistir videos de youtube. Apenas uma palavra define o que estou a ver: Demência alcólica. Momento bom para se limpar a cabeça. E vida que segue, como não deveria.
Fico aqui a ver duas menininhas frustradas das putarias inexistentes da lapa enquanto estava eu, até o presente momento, ingerindo álcool para matar mágoas. Essa é a vida. E eu ganhei uns livros. Um ganho por amigos e outros dois comprados. Começando pelos não onerosos ao meu orçamento, ganhei as melhores crônicas de Fernando Sabino. Muito bom. Ler denovo suas crônicas me fez lembrar quando eu ia aos 10~11 anos para o SESC da tijuca e ia a biblioteca para ler um pouco de Sabino, Drummond, Ruben Braga e Mario de Andrade. E é claro, sem me esquecer de mencionar de Ruy Castro, o escritor Rubro-Negro inquestionável de seu conteúdo e fanatismo pelo clube mais querido do mundo. Era boa essa época em que minha preocupação era apenas de devolver os livros na sexta feira.
Passando na Luís Barbosa, parei em um sebo de livros que me parece novo, quero dizer, recente, com livros antigos.
"As coisas boas boas da vida", de Rubem Braga. E claro, meu espelho jornalístico de existência: Nelson Rodrigues. Integrante da familia Rodrigues, escreveu contos e os batizou como "A vida como ela é". Essa familia equivale como a versão brasileira da família Kenedy. Cheia de Problemas e muito a se contar sobre histórias. Me lembram até de um fotógrafo que conheci ao trabalhar no Jornal dos Sports, o seu chiquinho.
Ele trabalhou na época de ouro do jornal, e conheceu figuras ilustres como Mario Filho (que foi dono do JS), e Nelson Rodrigues, quando ainda era estágiário, e em seguida colunista do jornal. Chiquinho contava as histórias de quando Nelson queria inspiração, ele acendia um cigarro e ai para a janela, organizar suas idéias e idealizar a sua pauta. E Mario Filho, que tinha que ser retirado do bar a esquina da de seu escritório, por estar bebendo conhaque a níveis catastróficos para o fígado. Sempre havia uma mulher que fazia tal trabalho sujo, e ei de perguntar mais ao chiquinho sobre quem era esta mulher.
Essas São histórias de um estagiário que nada tinha a fazer, ou que evitava o que fazer, e ficava zanzando pela redação e parava no acervo fotográfico vendo fotos de jogos que aconteceram a 50 anos atrás enquanto houvia as histórias de quem viveu muitos anos a ver tais fatos. A página Show de Bola existe até hoje. Ao escrevê-la, aprendi a sintetizar matérias frias, o que me deu grande conteúdo histórico. Triste é saber que ela está abandonada pelas pessoas que deveriam mantê-la no mais alto padrão a todo custo, já que um acervo de mais de 50 anos de registros e imagens não deveria apenas existir para criar poeira. Lastimável tal fato. Queria eu ter acesso livre as imagens novamente. O JS tëm algo de valor inestimável que é administrado por leigos que não sabem o que compraram. E a noite carioca frustrada? como acabou?
Simples, apenas mais uma noite a esmo que passei bebendo, vendo gente estranha e decidi abrir o pc para fazer mais um post. E ca estou.

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