Eu sou um Relâmpago. Tenho certeza disso. Talvez porque eu tenha me acumulado muito nesses últimos tempos. Um relâmpago nada mais é do que o excesso de energia. Ele surge do encontro das nuvens com o ponto mais próximo do solo. Ases vezes surgem do encontro de duas nuvens, o que não é nada difícil de acontecer. E quando surge um desses, fique longe. Tudo pode acontecer.
Um relâmpago é uma anomalia da natureza. Um excesso descarregado em um curto prazo de tempo. Sem pensar, nem se conter mais. E acho que sou um deles. Contenho-me ao máximo para não produzir minhas cargas negativas
Já ouvi dizer que os fracos não têm vez. E tenho como verdade que o forte não nasce em árvore. O forte nada mais é do que um fraco que se difere dos demais. Aquele que se faz diferente. E sabendo disso, vejo que a resposta para alguns dos assuntos está após as linhas, aquelas que definimos como limites. E a verdade? Como alcançaremos tal informação? Essa pergunta ecoa como parte do meu espírito. E penso da seguinte forma:
As barreiras existem em nossas virtudes. Elas sempre definiram o extremo da virtude ao qual delineia, separando o que se segue, sem machucar, do que prejudica. E é ai que mora o problema. Se para alcançar a resposta nós devemos romper uma virtude e isso requerer sacrifício, não há pessoa que vai aceitar o velho provérbio de dar para receber. E é por isso que eu me comporto como um raio. Não há tempo, velocidade, cor, luz. Há apenas a minha intenção, meu querer. Meu empenho se torna sublime, superior, viril. Desprendo-me dos níveis de segurança. Da vida, da morte, do amor e da tristeza. Quase uma fúria, se não fosse meu auto controle, me mantendo nos trilhos do querer. E quebro todas as barreiras, causo a ruptura. No rugido do leão mora a soberania. Um momento, um rugido, uma afirmação. Sem receio, preocupação, dor ou dúvida.
O Relâmpago serpenteia por um caminho único. Passeia pelos céus, vê as estrelas e olha pra terra. Como uma dança, onde ele brilha no escuro e traça seu próprio rumo. Sem remorso, sem volta.
As qualidades de um ser energético levam a uma vida de extremos, como os pólos. Ele serpenteia e viaja do céu ao inferno. E o caminho de sua vida, extremista. Se surge um clarão que desce dos céus, sem nada a se prender, e do nada vem a explodir, de muito longe se ouvirá o seu barulho. Fica então a marca do encontro com a terra e o silêncio que precedeu o estrondo.
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