Pois é! Sexta feira a pinheiro me decepcionou. Nativamente, todos praticam a saudável caminhada etílica em direção ao Santo Graal aconcretado: A Lapa! Pelo menos praticavam reliosamente a ecumênica passeata em direção a terra da perdição carnal e paranóica, marcada por um obelisco uniforme, que de tão alvo, chega a dar vertigens aos mais perdidos e alcólatras frequentadores: os lapeiros.
Em formato retilíneo, com curvas que dão espaço ao tráfego de veículos, lá está o marco de um dos pontos turísticos do Rio: Os arcos da Lapa. O que vertia água potável para a cidade em uma outra época, hoje serve de referência para quem quer matar a sede com a água que passarinho não bebe.
E por onde eu estava? Bom, até as 20:40 tenho registros e notas mentais que eu estava no bairro do Catete, mais exatamente no Bar do tito. Eu e o amigo Pomposo.
Amigo esse que me faz uma espécie de maldição a cada vez que no mesmo lugar estamos eu e ele. Como fogo e polvora, quando saimos pelas ruas do Rio, sempre algo de ruim acontece. Não que nós forçamos a tal fato mas, a nossa inflûencia por estar no mesmo lugar, inesplicávelmente faz com que esteja tudo certo para dar merda. E lá estamos, na Lapa. Deve ser o magnetismo astral.
Não estava presente o nosso amigo romano, vitório ponets, e logo o lado irracional ignorou tal pensamento. Mal reparei o depósito de bebidas que de costume nos serve, tão logo a sede pela vida justificou a aquisição do gélido e vitreo maltado.
E agora, o que fazer? Uma, duas ou três garrafas? Não sei. Uma dúvida palpitava em minha laringe que causava um balbuciar de palavras infernal. Ali na entrada, um senhor se levanta do chão sem bater a poeira que há em sua camisa. Roupas surradas e sujas. Barba por fazer em cavanhaque, o cidadão logo cata uma sacola de plástico preta e seleciona entre o mar de alumínio e vidro suas provisões financeiras. Era de se esperar. O Jovem tinha uma característica única, que muito me intrigava a pensar mas o nível etílico só me dava uma opção: olhar ou pensar.
O amigo Pomposo estava a praticar a inércia mental em tal momento que as criaturas ao nosso redor arrotavam, bebiam, fumavam e panguavam.
O fim dessa noite foi terrível para mim. Acabei por ser entregue a um ônibus que passa pro Vila Isabel e dormi literalmente a viagem toda. Acordei num relapso e puxei a corda da sineta. Nem vi se era o ponto certo. Por acaso, era. E ali desci,
cambaleante pelo momento único de estar empossado do teor liquefeito do etanol, e logo veio a primeira chamada. Vômito. Passei dos limites e o corpo não nega. Jamais.
Quando achei que ia vomitar no ônibus, aguentei firme e pálido e soltei todo o alcool em frente ao sai de baixo, lástimável. Um de meus braços estava segurando a parede a minha frente e o outro segurava um pivete que insistia em pedir um trocado para "lanchar" as 4 da manhã. A vontade era de mandar o pivete pra casa dele mas, se eu o fizesse, ele estaria em uma cena do filme O Exorcismo de Emily Rose. Resolvi aturar e ele se foi. Ficou eu, a parede e o alcool, que deixei sem me preocupar. Só pensava em porque cheguei a tanto depois de tanta experiência adquirida.
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